sábado, 15 de agosto de 2009

MP pede retirada de símbolos religiosos de órgãos públicos


BRASIL (*) - O Ministério Público Federal em São Paulo pediu que a Justiça obrigue a União a retirar todos os símbolos religiosos fixados em locais de grande visibilidade e atendimento ao público em órgãos públicos federais no Estado. No pedido, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão pede também a aplicação de multa diária simbólica de R$ 1 em caso de descumprimento. A multa deverá servir como um contador do desrespeito à determinação judicial. O prazo proposto pelo Ministério Público para a retirada dos símbolos é de até 120 dias após a decisão. Segundo o Ministério Público, a ostentação de símbolos religiosos seria uma ofensa à liberdade de crença dos cidadãos. Além disso, o órgão argumenta que a Constituição Federal determina que o Brasil é um Estado laico, ou seja, onde não há vinculação entre o poder público e a religião. Para o procurador regional dos Direitos do Cidadão e autor da ação, Jefferson Aparecido Dias, cabe ao Estado proteger todas as manifestações religiosas sem tomar partido de alguma. "Quando o Estado ostenta um símbolo religioso de uma determinada religião em uma repartição pública está discriminando todas as demais ou mesmo quem não tem religião afrontando o que diz a Constituição", defendeu. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, disse considerar um exagero tal ação. "Tomara que não mandem derrubar o Cristo Redentor", ironizou o ministro, antes de participar de uma banca de doutorado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Ao se referir à ação civil pública com pedido de liminar da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, ajuizada no último dia 31 de julho, o ministro afirmou que o MPF tem "muito mais coisa para fazer" antes de se preocupar com essa temática. "Se nós olharmos sob a perspectiva do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por exemplo, há presídios lotados, falta de respeito aos direitos humanos, uma série de questões que não são respeitadas, falta mesmo de atenção, processos prescrevendo no Ministério Público. Eu diria que há muito mais coisa para se fazer que cuidar desse tipo de assunto", declarou. O presidente do STF reconheceu que o tema dos símbolos religiosos tem gerado debates jurídicos em todo o mundo, mas reiterou que a questão está cercada de exageros. "Se aprofundarmos essa discussão e formos radicais, vamos rever o calendário? Nós estamos agora no ano de 2009, que significa 2009 anos depois de Cristo. Vamos colocar isso em xeque? O próprio calendário, o sábado, o domingo, será revisto? A Páscoa, o Natal?", questionou. "Muito daquilo que se diz que é algo religioso, uma expressão de símbolo religioso, na verdade é uma expressão da civilização ocidental cristã", opinou.

IRÃ QUER ATACAR ISRAEL


Por Parisa Hafezi


TEERÃ (Reuters) - A Guarda Revolucionária do Irã informou neste sábado que o país atacará as instalações nucleares de Israel se o Estado judaico fizer uma ofensiva contra a nação, afirmou a emissora de televisão estatal.


“Se o regime Sionista (Israel) atacar o Irã, iremos certamente atacar suas instalações nucleares com nossa capacidade de mísseis”, afirmou Mohammad Ali Jafari, comandante supremo da Guarda, à emissora al-Alam.


A Guarda Revolucionária é o braço ideológico dos militares iranianos, com capacidades aéreas, marítimas e terrestres e uma estrutura de comando separada para unidades regulares.


Líderes iranianos frequentemente descartam falar sobre um possível ataque a Israel, dizendo que o Estado judaico não está em posição de ameaçar o Irã, o quinto maior exportador de petróleo do mundo. Eles dizem que o Irã responderá a qualquer ofensiva atacando alvos dos EUA e Israel.


“Não somos responsáveis por esse regime e tolices de outros inimigos. Se atacarem o Irã, nossa resposta será firme e precisa”, afirmou Jafari à televisão estatal.


Estados Unidos, Israel e outros aliados do Ocidente temem que o Irã esteja enriquecendo urânio com o objetivo de produzir armas nucleares e não descartam uma ação militar caso a diplomacia não resolva a disputa. O Irã afirma que o programa tem apenas a meta de gerar energia.


Israel, que conhecidamente é a única força nuclear do Oriente Médio, tem repetidamente descrito o programa nuclear iraniano como uma ameaça à sua existência. O Irã se recusa a reconhecer o Estado judaico.


“SEM MEDO”
Jafari disse que Israel está ao alcance das armas iranianas. “Nossa capacidade de mísseis coloca todo o regime Sionista dentro do alcance de ataque do Irã”, disse. “O regime Sionista é muito pequeno para ameaçar o Irã.”


Especialistas dizem que o Irã raramente revela detalhes suficientes sobre seus novos equipamentos militares, tornando difícil determinar sua capacidade de ataque.


Israel acredita que um escudo de mísseis acordado com os EUA protegeria o país contra qualquer possível ataque, mas Jafari afirmou que tal escudo poderia proteger Israel apenas de uma “forma limitada”.


O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou em maio que o Irã testou um míssil que analistas de defesa dizem que pode atingir Israel e bases dos EUA no Golfo Pérsico. Washington disse que o teste foi um “passo na direção errada” para remover as preocupações sobre o programa nuclear do país.


Se atacado, o Irã tem repetidamente ameaçado fechar o Estreito de Hormuz, por onde passa cerca de 40 por cento do petróleo comercializado pelo mundo. Os militares dos EUA prometem evitar tal ação.


Ahmadinejad, que já afirmou que Israel deveria ser eliminado do mapa, foi reeleito em uma polêmica votação em 12 de junho, que espalhou as maiores revoltas internas no país desde a Revolução Islâmica de 1979.


Fonte: O Globo

E AS PEDRAS FALAM: Pedra no Mar Morto confirma divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo


Cientistas israelenses analisaram cuidadosamente uma laje de pedra (foto), com perto de 100 centímetros de altura, que contém 87 linhas em hebraico. Ela data de vários lustros antes do nascimento de Jesus Cristo.


A descoberta abalou os círculos de arqueologia bíblica hebraicos porque prova que os judeus alimentavam a expectativa de um Messias que haveria de vir e que ressuscitaria três dias depois de morto.


Para os católicos a pedra é mais uma confirmação da Fé e das Escrituras. Porém, a descoberta semeou consternação entre os judeus, pois é uma prova da divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo.


O achado deixa em situação incômoda a Sinagoga que O crucificou e os que compartilham o deicídio.


A placa foi achada perto do Mar Morto e é um raro exemplo de inscrição em tinta sobre pedra em duas colunas como a Torá (equivalente ao Pentateuco nas escrituras hebraicas).


Para Daniel Boyarin, professor do Talmude na Universidade de Berkeley, a peça é mais uma evidência de que Jesus Cristo corresponde ao Messias tradicionalmente esperado pelos judeus. Ada Yardeni e Binyamin Elitzur, especialistas israelenses em escrita hebraica, após detalhada análise, concluíram que datava do fim do primeiro século antes de Cristo. O professor de arqueologia da Universidade de Tel Aviv, Yuval Goren fez uma análise química e acha que não se pode duvidar de sua autenticidade.


Israel Knohl, professor de estudos bíblicos da Universidade Hebraica, defende que a pedra prova que a “a ressurreição depois de três dias é uma idéia anterior de Jesus, o que contradiz praticamente toda a atual visão acadêmica”. Compreende-se a confusão e a contradição que a descoberta cria no judaísmo.

NOVA ENCÍCLICA PROPÕE AUTORIDADE POLÍTICA MUNDIAL


CIDADE DO VATICANO - O papa Bento XVI pediu que uma "Autoridade política mundial" ordene a economia mundial e que haja maior regulação governamental das economias nacionais para tirar o mundo da atual crise e evitar que ela se repita.


O chamado do papa para que se repense o modo como a economia mundial é conduzida foi feito em uma nova encíclica, que tratou de algumas questões sociais, mas cujo principal fio condutor é o modo como a atual crise afetou países ricos e pobres.


Denominada "A Caridade na Verdade", a encíclica tem partes que parecem prestes a incomodar os conservadores por causa de sua rejeição subliminar do capitalismo desenfreado e das forças de mercado sem regulamentação, que ele disse que conduziram à violação "perfeitamente destrutiva" do sistema.


Em vários trechos da encíclica Bento XVI deixa claro que tem grandes reservas em relação ao mercado totalmente livre.


''A convicção de que a economia deve ser autônoma, de que deve ser preservada de 'influências' de caráter moral conduziu o homem a fazer mau uso do processo econômico de uma maneira destrutiva'' - afirmou o papa na encíclica.


O papa afirmou que toda decisão econômica tem uma consequência moral e pediu "formas de redistribuição" da riqueza supervisionadas por governos para ajudar os mais afetados pelas crises.


Bento XVI escreveu ainda que "há uma necessidade urgente de uma autoridade política verdadeira no mundo", cuja tarefa seria "ordenar a economia mundial; reavivar economias atingidas pela crise; evitar qualquer deterioração da crise atual e os desequilíbrios maiores que resultariam dela".


Tal autoridade deveria ser "regulamentada por lei" e "teria de ser reconhecida universalmente e ser investida de poder efetivo para garantir segurança a todos, consideração pela justiça e respeito pelos direitos."


''Obviamente teria de possuir a autoridade de garantir o cumprimento de suas decisões por todas as partes, e também o cumprimento das medidas coordenadas adotadas em vários fóruns internacionais''- disse.


''A Organização das Nações Unidas (ONU), instituições econômicas e as finanças internacionais, todos têm de ser reformados "mesmo em meio a uma recessão mundial", afirmou o papa na encíclica, um livreto de 141 páginas.


Uma encíclica é a mais elevada forma de documentos papais, pela qual se apresenta a mais clara indicação ao 1,1 bilhão de católicos do mundo, bem como às pessoas de outras religiões, sobre o que o pontífice e o Vaticano pensam sobre determinadas questões morais e sociais.


A nova encíclica é dirigida aos católicos e também a "todas as pessoas de boa vontade". Foi divulgada na véspera da cúpula do G8, na Itália, e também três dias antes de o papa discutir a desaceleração mundial como presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.


A encíclica foi divulgada um dia antes da abertura, na cidade de L'Aquila, na Itália, da cúpula do G8, que reúne os líderes dos sete países mais ricos do mundo e a Rússia, e onde a crise econômica deve ser o principal tema de discussões.


MAIS UM CUMPRIMENTO DE PROFECIA BÍBLICA

Menino ajoelha-se na lama que restou do rio Eufrates perto da aldeia de Jubaish, no Iraque

"E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do oriente" (Apocalipse 16.12)

Rio Eufrates sofre há dois anos com seca e poderá desaparecer do Iraque

Campbell Robertson (Iraque)


Por todos os pântanos, os coletores de junco, pisando em terra por onde antes flutuavam, gritavam para os visitantes em um barco de passagem."Maaku mai!" eles gritavam, erguendo suas foices enferrujadas. "Não há água!"O Eufrates está secando. Estrangulado pelas políticas de água dos vizinhos do Iraque, a Turquia e a Síria; dois anos de seca e anos de uso inadequado pelo Iraque e seus agricultores, o rio está significativamente menor do que há apenas poucos anos. Algumas autoridades temem que em breve poderá ser a metade do que era.O encolhimento do Eufrates, um rio tão crucial para o nascimento da civilização que o Livro do Apocalipse profetizou sua seca como um sinal do final dos tempos, tem dizimado as fazendas ao longo de suas margens, tem deixado pescadores empobrecidos e esvaziado as cidades à beira do rio, à medida que os agricultores fogem para cidades maiores à procura de trabalho.

Os pobres sofrem mais agudamente, mas todos os estratos sociais estão sentindo os efeitos: xeques, diplomatas e até membros do Parlamento que se retiram para suas fazendas após semanas em Bagdá.Ao longo do rio, os campos de arroz e trigo se transformaram em terra árida. Os canais encolheram para ribeirões rasos e os barcos de pesca ficam encalhados na terra seca. Bombas que visavam alimentar as usinas de tratamento de água balançam inutilmente sobre poças marrons."Os velhos dizem que é o pior de que se recordam", disse Sayd Diyia, um pescador de 34 anos de Hindiya, sentado em um café à beira do rio cheio de colegas ociosos. "Eu estou dependendo das graças de Deus."A seca é grande por todo o Iraque. A área cultivada com trigo e cevada no norte alimentado pela chuva caiu cerca de 95% do habitual, e os pomares de tâmaras e laranjas do leste estão ressecados. Por dois anos as chuvas estão muito abaixo do normal, deixando reservatórios secos. As autoridades americanas preveem que a produção de trigo e cevada será pouco mais da metade daquela de dois anos atrás.É uma crise que ameaça as raízes da identidade do Iraque, não apenas como a terra entre dois rios, mas como uma nação que já foi a maior exportadora de tâmaras do mundo, que antes fornecia cevada para a cerveja alemã e que tem orgulho patriótico de seu caro arroz âmbar.Agora o Iraque está importando mais e mais grãos. Os produtores rurais ao longo do Eufrates dizem, com raiva e desespero, que terão que abandonar o arroz âmbar por variedades mais baratas.As secas não são raras no Iraque, apesar das autoridades dizerem que nos últimos anos estão ocorrendo com maior frequência. Mas a seca é apenas parte do que está sufocando o Eufrates e seu irmão gêmeo maior e mais saudável, o Tigre. Os culpados citados com maior frequência são os governos turco e sírio. O Iraque tem muita água, mas é um país que está corrente abaixo. Há pelo menos sete represas no Eufrates na Turquia e na Síria, segundo as autoridades de água iraquianas, e sem nenhum tratado ou acordo, o governo iraquiano fica reduzido a implorar por água junto aos seus vizinhos.Em uma conferência em Bagdá -na qual os participantes beberam água engarrafada da Arábia Saudita, um país com uma fração da água doce do Iraque- as autoridades falavam em desastre."Nós temos uma sede real no Iraque", disse Ali Baban, o ministro do Planejamento. "Nossa agricultura vai morrer, nossas cidades vão definhar e nenhum Estado pode ficar quieto em uma situação dessas."Recentemente, o ministério da água anunciou que a Turquia dobrou o fluxo de água para o Eufrates, salvando o período de plantio de arroz em algumas áreas.A medida aumentou o fluxo de água em cerca de 60% de sua média, apenas o suficiente para atender metade das necessidades de irrigação para a estação de arroz. Apesar da Turquia ter concordado em manter o fluxo e até aumentá-lo, não há compromisso que exija que o país o faça.Com o Eufrates exibindo poucos sinais de melhora da saúde, a amargura em torno da água do Iraque ameaça se transformar em fonte de tensão por meses, ou até mesmo anos, entre o Iraque e seus vizinhos. Muitas autoridades americanas, turcas e até mesmo iraquianas, desdenhando as acusações como postura de ano eleitoral, disseram que o problema real está nas deploráveis políticas de gestão de águas do próprio Iraque."Costumava haver água por toda a parte", disse Abduredha Joda, 40 anos, sentando em sua choupana de junco em um terreno seco e rochoso fora de Karbala. Joda, que descreve sua situação difícil com um sorriso cansado, cresceu perto de Basra, mas fugiu para Bagdá quando Saddam Hussein drenou os grandes pântanos do sul do Iraque em retaliação pelo levante xiita de 1991. Ele chegou a Karbala em 2004 para pescar e criar búfalos d'água nos ricos alagadiços que o lembravam de seu lar. "Neste ano é apenas um deserto", ele disse.Ao longo do rio, não há falta de ressentimento em relação aos turcos e sírios. Mas também há ressentimento contra os americanos, curdos, iranianos e o governo iraquiano, todos eles responsabilizados. A escassez transforma todos em inimigos.As áreas sunitas rio acima parecem ter água suficiente, observou Joda, um comentário cheio de implicações.As autoridades dizem que nada melhorará se o Iraque não tratar seriamente de suas próprias políticas de água e de sua história de má gestão de águas. Canais que vazam e práticas de irrigação perdulárias desperdiçam água, e a má drenagem deixa os campos tão salgados com a evaporação da água que mulheres e crianças escavam imensos montes brancos das piscinas de água de rolamento.Em uma manhã escaldante em Diwaniya, Bashia Mohammed, 60 anos, trabalhava em uma piscina de drenagem ao lado da estrada colhendo sal, a única fonte de renda de sua família, agora que sua plantação de arroz secou. Mas a fazenda morta não era a crise real."Não há água do rio para bebermos", ela disse, se referindo ao canal que flui do Eufrates. "Agora está totalmente seco e contém água de esgoto. Eles cavam poços, mas às vezes a água simplesmente é cortada e temos que beber do rio. Todos meus filhos estão doentes por causa da água."No sudeste, onde o Eufrates se aproxima do fim de sua jornada de 2.784 quilômetros e se mistura com as águas menos salgadas do Tigre antes de desaguar no Golfo Pérsico, a situação é grave. Os pântanos de lá, que foram intencionalmente reinundados em 2003, resgatando a cultura antiga dos árabes do pântano, estão secando novamente. Os carneiros pastam em terras no meio do rio.Os produtores rurais, coletores de junco e criadores de búfalos continuam trabalhando, mas dizem que não poderão continuar se a água permanecer assim."O próximo inverno será a última chance", disse Hashem Hilead Shehi, um agricultor de 73 anos que vive em uma aldeia seca a oeste dos pântanos. "Se não conseguirmos plantar, então todas as famílias terão que partir."
Amir A. al-Obeidi, Mohammed Hussein e Abeer Mohammed contribuíram com reportagem.
Tradução: George El Khouri Andolfato